sábado, 22 de novembro de 2014

Tédius Guia (Poema-Nonsense)

Tem chaleira no fogão,
tédio morto em coração;
meu cinzeiro nessa mesa,
fede sim, te dou certeza.

Sobre o pano já molhado,
celular descarregado;
derramei todo o café,
quando fui lamber meu pé.

Sobre o que tinha na pia,
Já não sei o que sabia;
gente estranha no banheiro,
fica lá o dia inteiro.

Há barata no meu pé,
que foi morta com chulé;
mélecá no meu cabelo,             que ficou até maneiro,
vou lavar lá no chuveiro,         mas tem gente no banheiro...

Ouço o grito do carteiro,
se queimando com isqueiro;
mais parece um presente,
uma carta em minha frente.

Tédius faz-me te escrever,            
cartas pra me devolver;            
como o teto está caindo,
é melhor eu ir saindo...

 


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