Gotas de água caem do céu no asfalto quente;
sobre ele caminha um alguém solitário;
aos passos curtos e sem rumo ele continua á vagar;
quem passa por ele se pergunta o que há de errado.
Algum tempo há, em que foi rejeitado e esquecido;
se tornou ser de alma triste e solitária;
seu rosto expressava todo ódio e mágoa;
não dava mais valores à quem era.
Bem devagar o tempo passa por ele;
como eternidade em um inferno de pedras;
sua solidão habita os ares que respira;
inexistente e falsa é a alegria em seus sonhos.
Rastros dos seus passos de vida, ele tenta apagar;
já prolifera âmagos magoados, sem tentativas de remorso;
vislumbra uma totalidade de seres o soterrando até profundos confins;
e cada dia se regenera para ver-se ainda mais sozinho.
Inexplicáveis foram, as mudanças de prismas;
no dia marcado em que decidiu ruir seus muros;
olhou firme naqueles olhos luminosos;
e eles o olharam, sorrindo de volta.
Estava confuso, sem saber onde se escondia tal merecimento;
conhecia a luz por olhares distantes;
mas jamais havia sido focado por tão intenso brilho;
não pensara em afogar escuridões de tristeza em novas fontes luminosas.
Lá, no fundo recôndito, uma culpa lhe permeia;
pois ele não quer, nem pelas obras imaginárias, tornar triste tanta luz;
mas sabe que, o sorriso dela, não desabita pensamentos;
fazendo do coração dele, uma pedra posta em chamas.
Almejar tristeza, não pertence à intenção;
solitário continua, por seu lento caminhar nas chuvas;
tristonho não, feliz tão pouco, mas quase alguém grato, pelo momento vivido;
pela eterna lembrança, de luzes dela.
Gotas de chuva lhe envolvem
A vida, que chora, pela triste despedida;
Bom foi só ver, a tristeza que escorre;
Ruim foi rever, a beleza que corre; volta-se tudo, caminho longo,
Insuportável; ¨luz me abandona e não olha pra traz; proximidade
E distância não me trazem paz;
Logo, por mim, ela deixa de brilhar; choro, não creio,
Ela pode se apagar.¨
¨Hoje o dia é tardio,
pra pedir-te um perdão;
vê debaixo, o vazio?
É só triste, coração...¨