domingo, 23 de novembro de 2014

Legião de Vampiros (Poema)

  
Agora me coloquei como homem
o resto de inocência que tinha
se transformou em decência
o resto que você quer me tirar
Sei que o que quer comigo 
não é nada parecido
com algum tipo de paixão
Você quer apenas
alienar mais um escravo 
como seus amantes que matam rindo
pelo seu amor falso
Farei parte eu
desta sua legião de vampiros 
que cada vez mais e mais
criam seus discípulos
Como se fosse uma maldição
que está sobre a terra
um ciclo sem começo e nem meio
Somente fim
Contra o seu veneno
eu já estou vacinado
você pode até ter todos
mas não vai ter meu abraço 
Até entendo seus motivos
se alguém te magoou 
mas eu não tenho culpa
se um outro cara te estragou
Ainda falta você saber
que nem todos são legais 
até existem os que não prestam
mas nem todas são iguais.

sábado, 22 de novembro de 2014

Tédius Guia (Poema-Nonsense)

Tem chaleira no fogão,
tédio morto em coração;
meu cinzeiro nessa mesa,
fede sim, te dou certeza.

Sobre o pano já molhado,
celular descarregado;
derramei todo o café,
quando fui lamber meu pé.

Sobre o que tinha na pia,
Já não sei o que sabia;
gente estranha no banheiro,
fica lá o dia inteiro.

Há barata no meu pé,
que foi morta com chulé;
mélecá no meu cabelo,             que ficou até maneiro,
vou lavar lá no chuveiro,         mas tem gente no banheiro...

Ouço o grito do carteiro,
se queimando com isqueiro;
mais parece um presente,
uma carta em minha frente.

Tédius faz-me te escrever,            
cartas pra me devolver;            
como o teto está caindo,
é melhor eu ir saindo...

 


O Morto Que Caminha (Crônica)

      Em uma pequena casa trancada, preso fica um menino. Eu o observo pela janela embaçada. Uma casa muito estranha, de formas feias e tortas; um cômodo apenas; um quarto vazio, dominado por trevas.
   
      Sentado em um canto, o menino se mantinha encolhido em silêncio, acuado por medos. Suas lágrimas, são muito pesadas pra alcançarem os olhos. Ele tenta gritar, mas sua voz falha e não fala. Sentia-me olhando, uma criatura quase morta.

     O menino observa, do seu canto, a janela; seus olhos brilham ardentes, ao verem a luz do sol aqui fora, e meus olhos choram, por verem tão desolada, acabada e esquecida, existente criatura. Como poderia ser tão triste, com toda a infinitude de belezas maravilhosas, que se exibem aqui fora?

     Eu gritei, esmurrei as janelas, pra chamar-lhe atenção. Sua casa era trancada por dentro; apenas Dele dependia a vontade de sair, escapar dali! De tanto gritar, vomitando desesperos, ele me olhou e correu até mim, à janela.

     Olhei firme em seu rosto, e me reconheci. O menino era eu, preso, confinado nas teias problemáticas de minha mente agoniante; trancado, enclausurado no meu quarto escuro me isolando de toda e qualquer, ameaça de dor.

     Percebi, por momento, quanto estava morto; não havia mais tanta diferença entre a ilusão e um caixão; quem me vê caminhando por aí, diz a si que estou bem vivo, mas sou apenas mais um morto com medo de viver; só trancado, enclausurado de novo, na minha caixa de formas feias e tortas, onde só me importo em morrer.

São Só Versos Sem Rimar (Poema em prosa)

Gotas de água caem do céu no asfalto quente;
sobre ele caminha um alguém solitário;
aos passos curtos e sem rumo ele continua á vagar;
quem passa por ele se pergunta o que há de errado.

Algum tempo há, em que foi rejeitado e esquecido;
se tornou ser de alma triste e solitária;
seu rosto expressava todo ódio e mágoa;
não dava mais valores à quem era.

Bem devagar o tempo passa por ele;
como eternidade em um inferno de pedras;
sua solidão habita os ares que respira;
inexistente e falsa é a alegria em seus sonhos.

Rastros dos seus passos de vida, ele tenta apagar;
já prolifera âmagos magoados, sem tentativas de remorso;
vislumbra uma totalidade de seres o soterrando até profundos confins;
e cada dia se regenera para ver-se ainda mais sozinho.

Inexplicáveis foram, as mudanças de prismas;
no dia marcado em que decidiu ruir seus muros;
olhou firme naqueles olhos luminosos;
e eles o olharam, sorrindo de volta.

Estava confuso, sem saber onde se escondia tal merecimento;
conhecia a luz por olhares distantes;
mas jamais havia sido focado por tão intenso brilho;
não pensara em afogar escuridões de tristeza em novas fontes luminosas.

Lá, no fundo recôndito, uma culpa lhe permeia;
pois ele não quer, nem pelas obras imaginárias, tornar triste tanta luz;
mas sabe que, o sorriso dela, não desabita pensamentos;
fazendo do coração dele, uma pedra posta em chamas.

Almejar tristeza, não pertence à intenção;
solitário continua, por seu lento caminhar nas chuvas;
tristonho não, feliz tão pouco, mas quase alguém grato, pelo momento vivido;
pela eterna lembrança, de luzes dela.




Gotas de chuva lhe envolvem
A vida, que chora, pela triste despedida;
Bom foi só ver, a tristeza que escorre;
Ruim foi rever, a beleza que corre; volta-se tudo, caminho longo,
Insuportável; ¨luz me abandona e não olha pra traz; proximidade
E distância não me trazem paz;
Logo, por mim, ela deixa de brilhar; choro, não creio,
Ela pode se apagar.¨






                 ¨Hoje o dia é tardio,
                  pra pedir-te um perdão;
                  vê debaixo, o vazio?
                  É só triste, coração...¨


Tempestade Dos Teus Olhos (Poema)

Noite fria e sombria,
tão sem vida e alegria.
Sinto medo ao imaginar,
o que pode me encontrar.

Os meus olhos nada viam,
além de vultos na escuridão,
de demônios que sorriam,
ao me ver sem direção.

Os seus olhos são vermelhos,
e os meus eram espelhos,
da tamanha escuridão,
que encobria o coração.

Sopra o vento ao meu ouvido,
tristes versos sem sentido;
sinto a morte me espreitar,
com demônios á esperar...

Posso ouvi-los me dizer;
- Abra os olhos e então veja,
os sorrisos que caçoam,
pois o inferno te deseja!

O pavor me consumia,
e meus olhos quis fechar,
mas o medo que sentia,
sempre iria me encontrar.

Procurei por toda parte,
meio á tanta escuridão,
por alguém que me fizesse,
escapar dessa ilusão.

Ouvi asas á bater,
mas eu não queria ver;
era um anjo que pousou,
e os demônios espantou.

Com seus olhos de serpente,
esse anjo me salvou;
com trovões de chamas verdes,
meus demônios destroçou.

O Corvo Adormecido (Poema)

Escrevi meu nome ao vento
Deixando fluir em contradição
Nesse mundo caótico, vivo intensamente
Buscando raios de luz na escuridão

O olho negro revelou a verdade
Vivo em um mundo onde não habita coragem
Tudo em constante transformação
Fazendo um apelo ao mais nobre coração

Deixando fluir o mais puro sentimento
Mostrando ao mundo que tudo a seu tempo
Ensinando a mente como deve funcionar

E maus pensamentos deixando levar
Meio cheio, meio vazio
Fazendo da vida um grande redemoinho.


Autoria de: Dinex Lon




sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Questionário Básico (Nonsense - Humor)

             ¨Pensamento Avarento¨


        ¨Se não viu jamais verá,
         os meus filhos avarentos;
         quantos gritos podem dar,
         se eu roubar seus pensamentos?¨

      by: Jhamais Therey
 
                                         .  .  .

              Questionário:
             
 
    1) A cada ano fico quantos anos mais velho?
   
    2) Por que cães não têm umbigo?
   
    3) Como eu faria para dominar o mundo sem meu apito?
   
    4) Quando estiver sozinho em uma multidão, como eu faria para parar de beber?
   
    5) Qual carinho é melhor? O espinho espinhudo da rosa, ou o beijo do querubim amarelo?
   
    6) Se tenho Curupira + Manuel com câmera embutida sobre a potência equacionada pela raiz transversal do córtex unilateral. É politicamente correto dizer que o produto X é um fotógrafo ruivo?
 
    7) De quantos dedos preciso para pegar um ônibus? Vale também pra gonorreia?
   
    8) Quantas laranjas eu levo na boca quando estou andando de costas pra frente?
   
    9) Se ao soltar um foguete de garrafa, ele desviar e invadir o galinheiro do vizinho, seria eu capaz de contar todas as penas antes de caírem no chão?

    10) Segundo o poeta trovador jamaicano Jhamais Therey, os golfinhos do caribe asiático são excelentes colhedores de café verde frito, que plantados carinhosamente sob as montanhas da Colômbia por um sábio camundongo, renderiam muitas inspirações ao viajante que é fã de ervas, plantas e matos. Diante dessa profunda sabedoria, responda:

a) Quais matos da Colômbia podemos fazer chá broxante?
b) Os golfinhos caribenhos têm licença para manipular cafeína?
c) O trovador jamaicano irá conseguir largar seu vício?
d) Você realmente sabe o quanto o camundongo te ama?


(Questionário elaborado, desenvolvido, testado e desaprovado, pela Universidade Bélica dos Trovadores Anônimados (UBTA), em parceria com o instituto Insanidade do Nosso Puro Coração (INPC), em apoio aos estudiosos alunos que desejam encontrar um dono)